quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Bella Italia.

(Alessandro Preziosi, italiano pois claro.)

Os percursos de autocarro são um mundo. Um mundo, digo eu.. Um universo, senhores! Só ontem, nos 15 minutos que me separam do metro a casa, encontrei três histórias de vida tão diferentes que me apeteceu conhecê-las por dentro.
O Stefano tinha um ar cosmopolita que roçava a ténue linha do i couldn't care less sobre o que trago vestido. Gorro cinzento na cabeça, mochila às costas e barba de bem mais do que três dias. Um mimo portanto. O sotaque que arranhava o português deixava adivinhar a terra-mãe e foi isso que me prendeu, mais que os olhos verdes-cor-de-cinza. Falava com um rapaz de caracóis despenteados que tinha conhecido na paragem do autocarro e dizia gostar de cá estar, apesar de achar que os portugueses eram demasiado relaxados. Não tão bons vivants como os italianos, com certeza. Veio em Erasmus estudar Medicina Veterinária e tinha ido ao treino de futebol da faculdade, algo que gostava muito. Em Itália há máfia mas ninguém o admite, sabiam? De certa maneira invejei o jovem estudante de arquitectura, o de caracóis, por ter estado naquela paragem e eu não. Tenho para mim que podia ficar umas boas horas na conversa com ele, sem nos preocuparmos com as barreiras linguísticas, porque uma pessoa interessante é-o sempre. Em português ou em italiano. Saiu uma paragem antes de mim e ainda me sorriu, talvez porque não consegui disfarçar a curiosidade que despertou em mim. Pode ser que um destes dias o volte a encontrar no mesmo trajecto. Um ano é muito tempo, vero?

3 comentários:

Maria disse...

Faço figas para que o voltes a encontrar.

Anónimo disse...

Eco! Mas é de mim ou falta aí uma terceira vida? O Stefano, o dos caracois e...?

Nice disse...

Esta menina agora deu para assediar as pessoas (com o olhar) na rua!!!:P E a Joana tem razão...quem era a terceira vida? A tua?