domingo, 1 de novembro de 2009


A biblioteca do teu corpo não tem mais descobertas para mim, meu amor. Já li todos os livros que poderias ter, raspando o fundo ao tacho e sabes bem como detesto segundas leituras. Descubro sempre coisas que não estavam à primeira e fazem-me reconstruir as personagens que já tinham guardadas no coração e na memória da razão. Por isso percorro-te com a ponta do dedo, as unhas tamborilando aqui e além, deixando marcas que mais tarde ou mais cedo desaparecerão. Já te li vezes demais, meu amor. E sei-te quase de cor, tornando-se monótono, por muito encantada que tenha sido a nossa história. Perdemos os princípes e as princesas pelo caminho, e hoje percorro os recantos desta biblioteca onde te preservas, a pé, por ter deixado a carruagem a meio da viagem. Todos aqueles adornos impediam-me de ser a Maria Rapaz que um dia amaste, com preceitos de rainha.

4 comentários:

Marilena R. disse...

Adorei ;)

Maria disse...

há dias em que não podemos dizer nada.

Teresa Vilela disse...

Tenho saudades. E hoje são muitas, mesmo

maria gabriella disse...

adorei :) escreves mesmo, mas mesmo muito bem (;
beijinhos *.*