A biblioteca do teu corpo não tem mais descobertas para mim, meu amor. Já li todos os livros que poderias ter, raspando o fundo ao tacho e sabes bem como detesto segundas leituras. Descubro sempre coisas que não estavam à primeira e fazem-me reconstruir as personagens que já tinham guardadas no coração e na memória da razão. Por isso percorro-te com a ponta do dedo, as unhas tamborilando aqui e além, deixando marcas que mais tarde ou mais cedo desaparecerão. Já te li vezes demais, meu amor. E sei-te quase de cor, tornando-se monótono, por muito encantada que tenha sido a nossa história. Perdemos os princípes e as princesas pelo caminho, e hoje percorro os recantos desta biblioteca onde te preservas, a pé, por ter deixado a carruagem a meio da viagem. Todos aqueles adornos impediam-me de ser a Maria Rapaz que um dia amaste, com preceitos de rainha.
domingo, 1 de novembro de 2009
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4 comentários:
Adorei ;)
há dias em que não podemos dizer nada.
Tenho saudades. E hoje são muitas, mesmo
adorei :) escreves mesmo, mas mesmo muito bem (;
beijinhos *.*
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