Os meus amores, aqueles que se escreveram com a maiúsculo, sempre foram baptizados pela chuva. Um, num inverno tardio que se fazia sentir em tempos de Primavera. Outro no mês mais frio do ano, quando o vento fazia tremer os corpos e nos fez duvidar se era o calor do beijo que procurávamos um no outro, cedo demais talvez. E eu devia ter-lhes adivinhado a sorte. Amores que começam numa chuva miudínha, terminam em temporal. Temporal esse que surge em passinhos de lã e nos apanha desprevenidos, como uma chuva de Verão. Temporal que brota de dentro para fora, com lágrimas salgadas que nos lavam os lábios, deixando-os frios quando em tempos foram quentes, de beijos apertados contra o peito. E agora que o inverno já se faz sentir, peço-te, be still my beating heart. Não te deixes levar pelo sabor morno de que tens saudades pois consigo adivinhar-nos o desfecho. O frio corrói-me as mãos e não saberia segurar-te e reconstruir-te, mais uma vez. Por isso, deixemo-nos ficar no vapor húmido da saudade e vivamos assim, de pé no limbo da vida, esquecidos dos fulgores de outros tempos. Combinado?
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
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8 comentários:
Não deve (mesmo) haver.
Único.
«E agora que o inverno já se faz sentir, peço-te, be still my beating heart. Não te deixes levar pelo sabor morno de que tens saudades pois consigo adivinhar-nos o desfecho».
às vezes eles não sabem gerir essas saudades e deixam-nas nas nossas mãos. E, por vezes, muitas de nós não sabem como lhes mexer ou o que fazer com elas, com medo de as agravar ou, pior, matar.
Espero que não faças parte desses 50% que não sabem utilizar as mãos no que toca a saudades alheias.
Um beijinho *
mais um que adorei *.*
está lindissimo (:
Eu tenho esse sonho .
Neuza, como é que é?
Joana,eu andava calada mas...é urgente uma tomada de posição!!Estás comigo? ;)
E quanto a ti,minha irmã, parece-me bem que fiques "sogadita",para desgraças já basta o Saramago!
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