terça-feira, 15 de janeiro de 2008


Gosto de reflexos. Gosto mesmo. Ajudam-me a perceber-me, a conhecer-me, a saber-me os gestos, os cheiros, os brilhos. E as escuridões também. Os reflexos fazem sentido quando nos fazem crescer, quando nos mostram as imperfeições, porque depois de sabermos que elas existem temos duas hipóteses: ignorá-las ou fazê-las desaparecer. Prefiro a segunda. Desde há muito tempo que a prefiro. Porque o que ignoro torna-se maior, mais forte e mais feio. Torna-me vazia da essência de mim mesma e doma-me o corpo, puxando os fios como uma marioneta de um qualquer teatrinho de rua. Não gosto, não tem graça. É estranho e faz-me comichão onde não consigo coçar, onde por maior que o meu braço seja... Não chega. E não pára. Por isso é que gosto de reflexos, porque os vejo como pontos de viragem. Como uma esquina ao fundo de uma longa rua. A esquina que sempre quisemos dobrar e para onde nos dirigimos sem nunca nos cansarmos de caminhar. A esquina que nos prometeram ter a perfeição logo a seguir. A esquina que vai mudar tudo e fazer-nos fugir à rotina. E muitas vezes dobramos a esquina e... É tudo igual. Somos os mesmos. Olhamos para o reflexo numa poça de água e estamos ali, inteiros. Nada muda porque trouxemos as imperfeições conosco. Porque decidimos ignorá-las.

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3 comentários:

Anónimo disse...

Eu tmb gt d reflexos. Em particular dum q não espelha as imperfeições e q aumenta à escala da sua (alta) altura (salvo a redundancia, q foi propositada!) as... não gt d dizer perfeições, mas as partes mais bonitas. Sabes qual é? :)

(Smp a foto perfeita para textos perfeitos...)

Bj gand, rareza minha!*

Monica disse...

Só se cresce quando se aprende! E para isso é preciso olhar para todo o lado, para todas as coisas. Não é muito fácil, mas é uma dificuldade que faz bem, tenho a certeza.

beijinho***

A Túlipa disse...

E o que são imperfeições?

Deixo-te um presente envenenado no eu blog =]

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