quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

If you never try you'll never know just what you're worth.

De noite a chuva cai de repente. Tem sido assim nos últimos dias e já me apanhou desprevenida inúmeras vezes. Não gosto do peso do guarda-chuva, fazendo o ombro chorar-se de dores que se evitam facilmente, por isso não o carrego. Escolha simples, certo? E tudo deveria ter esta simplicidade. Sou tão simples quando inclino a cabeça para trás, fecho os olhos e páro à chuva. Há poucos momentos em que sou tão pura, tão diluída, como a água que me beija e ressuscita, como nestes. Continua a espantar-me a facilidade com que se foge da essência. A facilidade com que se escolhe um caminho de beco sem saída. Vais ter que voltar atrás e, noutras circunstâncias, gritar-te-ia isso mesmo. E se o coração me pedisse, corria até ti, protegendo-te de errares. Agora não. Se quiseres, vem ser simples comigo. À chuva. Tem jeitos de plenitude, vem. Tenta. Dá-te uma hipótese, como eu sempre te dei. De olhos fechados, nesta dança estonteante, sei que ainda terias uma oportunidade. Aqui.

2 comentários:

Margarida disse...

foi se o texto me beijasse e ressuscitasse, e eu tão pura e diluída :)

Nádia Ribeiro disse...

Acreditas que a única palavra que eu encontrei para descrever este texto foi um estrangeirismo? "WOW", foi o que pensei. Tens um dom, rapariga, nunca o percas! (: