sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

2010.

Traço sempre as minhas metas com a feiura de um lápis nº2. Para poder alterá-las, enquanto o ano avança. No fim de 2009 nem isso fiz e, sinceramente, ainda bem. Seria impossível prever tamanha montanha-russa. De tanto apagar e riscar de novo já teria rasgado o papel e transformado um plano bonito num verdadeiro asco. Talvez por isso tenha sido melhor assim.

Houve surpresas e houve desilusões. Choro, riso. Abraços e chega p'ra lá. Fui menina e fui mulher. Agora sou mais mulher do que menina. Fui tia. Caramba, fui tia! O meu pequeno e delicado feijãozinho de Outubro transformou-se na minha doce Maria, em Junho. É sentir que o Amor nos rebenta dentro do peito e, sendo-vos completamente sincera, não há vez que esteja com ela e que não estranhe esta certeza de vida toda. De perenidade e eternidade de um Amor que só se compreende quando vem e nos molda as entranhas.
Em 2010 aventurei-me, em tantos campos. Esqueci-me de mim, quis usar máscaras, perdi-me e voltei à Terra. Apaixonei-me mais vezes do que devia e menos das que podia. Protegi-me e, mesmo assim, a muralha foi abaixo. Fui boa. Porra, em 2010 eu fui mesmo boa! Não sei se o suficiente para compensar o má que fui mas devem estar taco-a-taco. E esta primeira década do milénio fez de mim alguém maior. Alguém melhor. Dez anos depois ainda encontro a menina inocente de tranças no cabelo e Barbie-em-modelitos-fashion no colo. E ela olha-me com olhos de orgulho e eu olho-a com olhos de saudade melosa. Porque às vezes teria sido bem mais fácil ter 12 anos em 2010.


2011 será o que fizermos dele. O que fizermos de nós. Uma coisa tenho certa: a bagagem nunca se abandona, por muito que se queira. E se foi com ela que viajei até aqui, só me resta pedir mais bagagem para 2011. Mais recordações, mais risos, mais alicerces fundamentados onde importa. Mais crescimento. Do saudável, se puder ser.


Feliz 2011, minha gente.

4 comentários: