domingo, 7 de novembro de 2010

Plim!

Não são poucas as vezes em que tenho pena de não saber desenhar. Todos os meus outros talentos parecem minimizados perante esta enorme deficiência dos meus dedos esguios em pegar num carvão e fazer algo de sublime.
Porque é que me apetece desenhar? Boa pergunta. Porque ontem, num momento de insight que há muito me escapava por entre a dócil palidez de Outono, tive a imagem perfeita de ti. De ti e dos sinais que te pontuam o corpo. Eras tu, como árvore grande, de muitos ramos, e raízes em arco, ondulando a terra como navio em mar alto. E naquele momento, fossem os meus dedos capazes de transmitir para o papel toda a magnitude da minha clarividência, ter-se-ia criado uma obra de arte. Arte, em toda a petulância da palavra aqui esplanada pelos mesmos dedos que pouco sabem de regras de luz e contraste.

3 comentários:

qel disse...

"Arte, em toda a petulância da palavra aqui esplanada pelos mesmos dedos que pouco sabem de regras de luz e contraste".

uma verdadeira obra de arte. opah eu sei que ja ninguém diz isto mas está esplêndido :) *

Ana disse...

Obrigada Qel ;)*

Ana disse...

eu desenho bem, ainda assim, gostava de ter tanto jeito para desenhar, como tu para escrever.

*

(ou então escrever como tu...)

;)