sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Maria.

Hoje apetece-me escrever-te. A ti, semente irrequieta que cresces a olhos visto na barriga da minha irmã. Não imaginas a dimensão do Amor que te espera. Da primeira vez que te vi tão pequenina, naquela folha escura onde tu brilhavas com ainda disformes formas de gente, senti-me inundada de coisas que ainda não sei descrever. Amei-te desde o primeiro grito ao telefone, de incredulidade e surpresa, como quem é incapaz de acreditar na rapidez com que chegaste, depois de tantos pedidos brincalhões.
E sei que me ouves, quando me encosto à barriga e te sussurro que sou a tua tia preferida que ainda não conheces, em tom de brincadeira. Sei que muito provavelmente já compreendes o quão querida e amada que és, tanto como desejada. Queria muito saber-te já as feições, adivinhar-te a personalidade e imaginar-te as brincadeiras. Vou ensinar-te as manhas de ser menina, explicar-te que todas somos princesas e mimar-te, porque mimo nunca fez mal a ninguém. Suspeito que tens traços da tua tia preferida que ainda não conheces, dada a teimosia que a mãe já te percebeu, nas piscinas que fazes, ventre fora. Não te vou prometer que me terás sempre, mais tarde compreenderás que isso é inerente ao Amor que já te tenho. E não te posso fazer acreditar que o mundo é cor-de-rosa mas farei o possível para isso, antes que a maturidade chegue e sejas obrigada a brincar aos crescidos. Até lá serei princesa contigo, contar-te-ei todas as histórias que possam existir e, para ti, inventarei mais umas dezenas delas. As minhas letras serão também tuas e um dia, quando fores capaz de entender, explico-te o panorama complexo dos adultos, que até nem tem assim tanto que saber. És Amor e isso bastar-te-á, prometo.

9 comentários:

Unknown disse...

E eu tenho a certeza que a pequena Maria já sorri com o coração, lá dentro da barriga da tua irmã.
A minha Madalena é que também já merecia ouvir uma coisa destas! x)

Suu disse...

Que ternura, meu deus *-*

Perdida disse...

Não conheço a sensação de ser tia. Pare-me muita boa, mas garanto que a de ser madrinha é tão boa e tao parecida a esta que descreveste. Que ternura. Adorei!!!

Anónimo disse...

Que coisa mais doce ^^

Anónimo disse...

...até a minha alma se arrepiou!

debbie clementine disse...

tenhos todos os pequeninos pelos do braço levantados. consegui sentir esse Amor de que falas só de o ler *

P! disse...

subescrevo pa minha SARA

Nice disse...

A nossa Maria é já tão abençoada e amada que quando nascer,vamos todos morrer de amor por ela!

Anónimo disse...

Até eu já espero a Maria com carinho! E já agora, gostava de vislumbrar a barriga onde ela mora! :)

(E o texto está "Ana"! Nada se perde, nada se cria, tudo se transforma!)