domingo, 4 de outubro de 2009

Degradê.


Queria saber falar todas as línguas do mundo. Talvez assim me conseguisse fazer entender ou até deslindar esta visão dicotómica do hoje e do amanhã. Sinto-me no apogeu da tecnologia da tv a cores, depois de anos a preto e branco. Ou então talvez ainda me debruce sobre as variadíssimas nuances de cinzento que existem, entre uma cor e outra. Talvez a minha linguagem não seja a mais precisa, a métrica a mais exacta, a sintonia a melhor mas.. Não me importo da ficção em que vivo. É minha (mesmo que não pareça), como tudo o resto. E se fosse tão dona como me sinto espalharia uma linguagem universal, cantando-a em cada esquina perdida. Os amantes trariam-na nos lábios gastos de beijos sôfregos e os velhos do jardim assobiariam-na aos pombos, encantando-os com mais um punhado de milho. Soubesse eu compor e levaria ao mundo uma sinfonia desconhecida até então, capaz de mover os carris dos eléctricos que teimam em ser monocórdicos nos seus trajectos.

4 comentários:

Margarida disse...

está saboroso.
beijinho : )

maria gabriella disse...

texto mesmo giro :)

Unknown disse...

Ela :)
Beijinho Ana *
(eu continuo a ler. Só não comento :x)

Anónimo disse...

está lindo (: