terça-feira, 17 de março de 2009


"Qualquer janela serve para voar"

E eu só queria voar daqui. Não acordar com o coração angustiado por perceber que aconteceu mesmo tudo, que a realidade é mesmo esta. Não queria chocar com o Mundo mal abro os olhos, sentido a alma encarcerar-se num corpo desgastado que só quer permanecer inerte, escondido num universo de lençóis que servem de escudo. Dóis-me mesmo no centro do peito, no bombear do sangue que me dá vida, na respiração que teimo em controlar para desfazer o nó que impensávelmente me corrompe e me impede de alimentar o físico. É sempre o físico que sofre com os males da alma. E eu só queria voltar a embalar-me na doçura que ainda sinto, em cada memória farta de detalhes. Escondo os olhos com as mãos como se, ao deixar de ver, deixasse de sentir. Sou eu que aqui estou, a mesma de sempre. Com a maturidade e a fragilidade que um dia foram encanto e motivo de graça. Tenho o meu mapa nas mãos mas não sei por onde seguir. Só sei que terá que ser um dia de cada vez. Um dia de palavras medidas e sentimentos controlados, ofuscados, camuflados. Como menina grande que sou. "Se perguntarem por mim, digam que voei" e o amor que levo é tanto como o amor que deixo.

2 comentários:

k@jó disse...

Desde que deixes algum amor já é lucro... :)

Beijinho

Anónimo disse...

Quero, vou escrever assim um dia! :)
Gosto bastante do blog*