quinta-feira, 18 de outubro de 2007


Olho para o fumo do cigarro e penso no mal que me faz. Aqui, deitado no chão, nada mais importa que a inércia deste corpo abandonado nos buracos de cada dia. Não é um cigarro que me vai matar. O que me mata são os parasitas da vida, que me destroem as entranhas e me desfazem a alma imperfeita que jaz, algures neste corpo quebrado. O tecto é branco, acho que nunca tinha reparado. Expiro o fumo e vejo-o mudar de cor, enquanto os últimos raios de sol o atravessam. São cinco da tarde mas dentro da minha cabeça é escuro como breu. Escuro como se fossem cinco da manhã e andasse perdido num bairro esquecido pelo mundo. Deixou de doer, de repente, mas faz-me bem estar aqui, sentindo-me morrer aos poucos nas mãos deste triste cigarro que se consome. Não sei medir o tempo. Sei que quando olho lá para fora é escuro, provavelmente adormeci. Ou passei a ver o mundo através do escuro que me atravessa.

3 comentários:

eudesaltosaltos disse...

dcp a invasao, mas ainda bem q invadi. gstei d ler-te. bj

Anónimo disse...

Adoro o teu blog amor!! *

Monica disse...

Amei!Inteiramente meu, se me permites, sem roubar esse saber que é teu.

Adorei mesmo. É só isso. :)

beijinho**