Once upon a time there was a little girl que só sabia contar histórias em português, língua quente e materna que lhe palmilhava cada milímetro do peito e da alma lusa. Só em português, sobretudo quando a história era sua e de mais ninguém, escrita a tinta pesada, como o mercúrio caído de um termómetro quebrado contra o chão. Along the way a menina perdera a ingenuidade, juntamente com as febres, não sabendo se fora o grande monstro do mundo real que lha arrancara à dentada ou se essa perda fazia parte do processo. O tal processo que um dia alguém baptizara de "crescimento", na pia baptismal da vida mundana e ordinária. Muitos diziam-lhe que conservara intacta a inocência, nos olhos sorridentes e na ternura dos gestos, tão inerente como a respiração que lhe aumentava e diminuia o peito contrito. E nessa contrição, pensada como um acto murmurado, não sabia dar-lhes razão e talvez fosse isso mesmo que a fizesse t(r)emer o choque frontal com a realidade. Não havia vida fictícia, reality-show que lhe valesse porque tinha o rosto desgastado de máscaras que nunca foram suas. Agora, depois do elástico partido e do cartão amachucado, sabia-se e pensava-se egoísta, desculpando-se de maneira inconsciente e com uma pitada q.b. de arrogância com um fim que justificaria os meios. Sabia que sim e um dia esta seria mais uma história, onde muitos veriam apenas palavras melancólicas embaladas por um fado triste e saudosista.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
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6 comentários:
Não tenho palavras, dos melhores textos que li nos últimos tempos :)
Beijinhos
acho que há poucos a conseguirem falar diz como o fizeste, com suavidade
Perfeito (:
é verdade que eu não tenho espelhos em casa, mas os teus devem estar fumados.
Ho meu Deus! esta miúda escreve que se farta! xiça... Assim vais la madrinha, vais vais!
muah*
Mesmo bonito. :)
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