segunda-feira, 10 de dezembro de 2007


Sabes até que ponto conseguiste apagar-te de mim? Não me lembro do sabor dos teus beijos. Lembro-me do toque, do cheiro, de tanta coisa… Mas dos beijos não. E eram eles que diziam mais de mim, de ti, de nós. Era neles que o amor se partilhava em proporções mal medidas, sem que nos importássemos. E foram eles os primeiros a ir, no leito das lágrimas choradas em silêncios soturnos. Deixei-te ir e esbracejei para recuperar o que de meu levaste. Entranhaste-te e desenraizar-te foi o processo mais moroso por que passei… Mas foste. Ainda achei que o buraco negro iria ficar para sempre mas vi, com um sorriso salgado de lágrimas gordas, o meu coração moldar-se a novas formas. E aqui estou. Esquecido de ti, ou pelo menos esquecido do amor nesses beijos.

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