domingo, 3 de dezembro de 2006


Eu, teu Deus, conheço a tua miséria, os combates e as tribulações da tua alma, a fraqueza e as enfermidades do teu corpo; conheço a tua frouxidão, os teus pecados, as tuas falhas. Mesmo assim Eu te digo: Dá-me o teu coração, ama-me como és.
Se esperas ser um anjo para te entregares ao amor, nunca me amarás.
Embora tornes a cair muitas vezes nessas faltas que desejarias nunca conhecer, embora sejas indolente na prática da virtude, não te permito que não ames.
Ama-me como és.

Em cada instante e em cada situação em que te encontres, no fervor ou na aridez, na fidelidade ou na infidelidade, ama-me tal como és.

Quero o amor de teu coração indigente.
Se, para me amares, esperas ser perfeito, nunca me amarás.
Meu filho, deixa-me amar-te, Eu quero o teu coração.
Tenho o cuidado de te formar, mas, entretanto, amo-te como és. E desejo que faças o mesmo, desejo ver, no fundo da tua miséria, subir o amor.
Em ti, até amo a própria fraqueza. Amo o amor dos pobres.
Quero que, da indigência, continuamente se levante este grito: Senhor, eu vos amo.
É o canto do teu coração que Eu procuro.

Acaso necessito Eu da tua ciência e dos teus talentos?
Não são virtudes que Eu te peço; e,se Eu tas concedesse, tão fraco como és, em breve se lhes juntaria o amor próprio.
Não te perturbes com isso.
Poderia destinar-te a grandes coisas.
Não, tu serás o servo inútil; tomar-te-ei até o pouco que tens, pois te criei para o amor. Ama!
O amor te levará a fazer tudo o resto, sem que penses nisso; procura apenas preencher o momento presente com o teu amor.

Hoje, estou à porta do teu coração, como um mendigo, Eu, o Senhor dos Senhores.
Bato e espero; apressa-te a abrir-me a porta, não alegues a tua miséria.
Se tu conhecesses perfeitamente a tua indigência, morrerias de dor.
A única coisa que poderia ferir-me seria ver-te duvidar e perder a confiança.
Quero que penses em mim todas as horas do dia e da noite; não quero que admitas a acção mais insignificante por um motivo que não seja o amor.
Quando tiveres de sofrer, dar-te-ei a força necessária.
Tu me deste amor, Eu te concederei amar para além de tudo o que poderias sonhar.
Mas lembra-te: ama-me tal como és.
Não esperes ser um santo para te entregares ao amor, senão, nunca amarás.



Autor desconhecido



Não vos posso deixar grande comentário. Este texto apareceu na minha vida há dois dias atrás, graças á grande querida Joaninha. Ainda agora reli e pensei em cada frase, em cada palavra. Sublime e tão, tão certo.

A imagem: o fogo deste fim-de-semana, que aqueceu o exterior, enquanto o interior era aquecido por textos como este.


*

3 comentários:

Monica disse...

Gostei. Seja de quem for o texto gostei. E identifico-me. Em cada palavra, no sentido geral do texto. Gosto da tua sensibilidade, seja como escreves seja como selecionas o que transmites.

beijoka***

Bruno disse...

Quantas vezes procuramos coisas sem sentido? Quantas vezes procuramos respostas onde não devemos? A resposta para uma vida realizada e completa chama-se Amor. Amor esse a que muitas vezes viramos a cara, por medo, pela falta de coragem de não conseguirmos admitir que é esse o nosso caminho... Amor, Amar...

Amemo-nos

Um beijo terno

PS - Ao ver essa foto julguei ser uma minha. Dps é q vi bem numas fotos recentes q tinha tirado e afinal n era... São quase iguais xD Outro Beijo*

C disse...

"Hoje, estou à porta do teu coração, como um mendigo, Eu, o Senhor dos Senhores.
Bato e espero; apressa-te a abrir-me a porta, não alegues a tua miséria."
tocou-me em especial esta parte.
beijinhos*